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Grupo de Oração RCC

Grupo de Oração RCC: Qual sua missão na Igreja?

“Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e pousavam sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concediam se exprimirem” (At 2, 1-5). 

Esse acontecimento, retratado nas páginas bíblicas, mudou o curso da humanidade. Prenunciado já no Antigo Testamento (cf. Jl 3, 1b), o Espírito Santo foi a grande promessa deixada por Jesus aos seus discípulos. Passados os eventos da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, Jesus é elevado aos céus e, na ocasião, revela: “Recebereis uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós” (At 1, 8). Então, juntamente com a Virgem Maria, os discípulos se reuniram no Cenáculo em Jerusalém e, unidos em oração, clamavam a promessa de Deus. Foi então que o vento impetuoso soprou e toda a vida da Igreja foi alcançada ao longo dos séculos que se sucederam. 

Em cada tempo e lugar, o próprio Espírito, na força de Pentecostes, suscitou o novo, de modo que o Evangelho de Jesus Cristo fosse anunciado e transformasse a vida de quem se deixava cativar. 

Como tudo começou

Essa dinâmica de escuta da promessa, da reunião de oração em comunidade e manifestação do Espírito Santo, vem sendo atualizada constantemente na história da Igreja. Porém, no ano de 1967, a promessa foi ouvida por jovens americanos de Pittsburgh, por meio das leituras dos livros “Eles falam em outras línguas, de John Sherril e “A cruz e o punhal, de David Wilkerson. 

Alguns dias depois aconteceu o retiro conhecido como o “Fim de semana de Duquesne”, que deu início a Renovação Carismática Católica. 

Um pouco antes de Duquesne 

Nos anos que antecederam esse retiro, em Roma, São João XXIII – considerado um papa de transição por conta da idade avançada – convoca o que seria o maior evento eclesial do século XX, o Concílio Vaticano II. Sendo um homem de muita sensibilidade ao Espírito Santo, em 1959, sinaliza à Igreja a necessidade da convocação de um concílio em vista de iluminar o homem moderno diante das verdades reveladas, a fim de manter firme o depósito da fé, e suplicou, sobre a Igreja reunida, a graça de um Novo Pentecostes. 

“Renova em nossa época os prodígios, como em Novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e instante oração junto a Maria, Mãe de Jesus, e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz. Assim seja.” (cf. AAS 51 [1959], p. 832).

A este clamor, o Senhor não se limitou a derramar graças abundantes sobre a Igreja, e fazer florescer o que, posteriormente, foi chamado por São João Paulo II, de Nova Primavera da Igreja, indicando os movimentos oriundos dessa Corrente de Graça manifestada no Fim de Semana de Duquesne. “Movimentos e novas Comunidades, expressões providenciais da nova primavera suscitada pelo Espírito com o Concílio Vaticano II, constituem um anúncio do poder do amor de Deus que, superando divisões e barreiras de todo o gênero, renova a face da terra, para construir nela a civilização do amor” (João Paulo II, Homilia de Pentecostes, 1998).

Pentecostes na Terra de Santa Cruz

Em 2019, a RCCBRASIL celebra 50 anos de existência. O início dessa história remonta à cidade de Campinas (SP), na pessoa do sacerdote jesuíta, Padre Haroldo Rahm que começou a organizar os primeiros retiros, em 1969. Tais momentos foram decisivos para que a grande Corrente de Graça alcançasse nosso país. Desses momentos participaram Monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova, Padre Eduardo Dougherty, fundador da Associação do Senhor Jesus, Reinaldo Beserra e sua esposa Reinalda, entre outros. 

Já em 1973 aconteceu o primeiro Congresso Nacional do Movimento, que a essa altura já havia alcançado o Paraná, em 1970, e Minas Gerais em 1972. 

Passados alguns anos nasciam as TVs católicas, com a missão de evangelizar pelos meios de comunicação e levar a vivência de Pentecostes para as famílias. De modo que, em 1990, aconteceu uma grande “explosão” do Movimento no país.

Atualmente, o Brasil é o país onde a RCC se faz presente de modo mais expressivo, contando atualmente com cerca de 13 mil Grupos de Oração cadastrados no SAVIC (Serviço de Apoio à Vida Carismática).

Estrutura Institucional do Movimento

No dia 08 de dezembro de 2018, a Santa Sé institui um novo e único  organismo internacional para a Renovação Carismática Católica, o CHARIS. Palavra grega, que significa “graça”, “carisma”, traz em si o chamado de unidade colaboração e partilha entre os diversos Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades, Grupos e Ministérios, fruto desse Novo Pentecostes.

Levando em consideração o Grupo de Oração como local de encontro direto com o Movimento, entenda pelo infográfico abaixo como funciona a estrutura institucional da RCC:

Além disso, o trabalho do Conselho Nacional é assessorado por seis comissões que são responsáveis por tratar de assuntos que envolvem habilidades técnicas e/ou conhecimentos específicos. São elas: Comissão de Comunicação; Comissão de Finanças; Comissão de Formação; Comissão de Missão; Projeto de Arrecadação;

Vamos entender como funciona o Grupo de Oração?

A Célula fundamental da RCC: O Grupo de Oração

A narrativa de Pentecostes (At 2, 1ss) apresenta a unidade dos irmãos em clamar o Espírito Santo. O Concílio Vaticano II conclama à toda Igreja um Novo Pentecostes e, em Duquesne, o Senhor se manifestou em profusão com o derramamento dessa Graça, transbordando para o mundo inteiro. 

Assim, naturalmente, pessoas de todas as idades foram se reunindo, sedentas pela experiência do Batismo no Espírito Santo, em diversos lugares. Eram os primeiros Grupos de Oração. 

O Grupo de Oração da RCC é uma comunidade carismática presente numa diocese, paróquia, capela, colégio, universidade, presídio, empresa, fazenda, condomínio, residência etc que cultiva a oração, a partilha e todos os outros aspectos da vivência do Evangelho, a partir da experiência do Batismo no Espírito Santo. 

O Catecismo da Igreja Católica diz que o momento de oração comunitária é  “um dos sinais e um dos estímulos da renovação da oração na Igreja, na condição de irem beber às fontes autênticas da oração cristã” (CIC § 2869). Sua principal missão é ser uma constante chama de Pentecostes acesa, capaz de transformar a vida das pessoas, a partir de um encontro pessoal com Jesus e à maturação da vida espiritual, possibilitada pelos grupos. 

Como funciona um Grupo de Oração

Com o passar dos anos, a Renovação Carismática Católica estruturou o Grupo de Oração em três momentos: Núcleo de Serviço, Reunião de Oração e Grupo de Perseverança. 

  • Núcleo de serviço: trata-se de um grupo de irmãos, composto pelo coordenador do Grupo de Oração, ex-coordenador imediatamente anterior ao atual, respectivos coordenadores/representantes dos diversos Ministérios exercidos no GO (Intercessão, Música, Crianças, Pregação, Oração por Cura e Libertação, Formação etc), podendo-se, ainda, de acordo com a necessidade, convidar outras pessoas que embora não coordenem qualquer Ministério possuam adequada formação, capacidade de discernimento e confirmação da comunidade. O Núcleo tem como principal objetivo articular uma programação capaz de trabalhar de forma coordenada cada segmento do Grupo, de modo que todos saibam para onde estão indo. Além disso, propõe mecanismos para desenvolver o crescimento e a perseverança dos membros, levando-os a uma experiência comunitária e catequética.
  • Reunião de Oração: eis o momento do derramamento da Graça de Deus sobre seu povo. Todos os que, sedentos por Deus, quiserem aproximar-se, poderão viver a experiência do anúncio do Amor do Pai que pode culminar na conversão do coração. Costuma-se ter um momento inicial de Louvor a Deus, com cânticos e muita animação, afinal “a alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8, 10). Logo após clama-se o Espírito Santo, sendo o momento alto do encontro. A palavra é ministrada por algum irmão(a) pregador(a), escolhido(a) previamente pelo Núcleo de serviço e depois se aprofunda ainda mais a pregação com um forte momento  de clamor ao Sopro do Alto.
  • Grupo de Perseverança: tendo caminhado nas Reuniões de Oração, o irmão(a) pode sentir-se chamado(a) a uma vida mais íntima com Deus, e de maior comprometimento com o Movimento. Então, é chegado o terceiro momento, o Grupo de Perseverança. Trata-se de um grupo fechado e não obrigatório, que supõe ingresso ao início dos conteúdos formativos. Se o irmão(a) não quiser participar, pode continuar participando do Grupo de Oração em seu segundo momento (Reuniões de Oração).

Este material foi produzido a partir dos conteúdos disponíveis das Apostilas de Formação da Editora RCCBRASIL e dos textos de formação do site.