A principal referência que temos de como a ação de Deus atua na Renovação Carismática Católica é o evento de Pentecostes. Após o derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos, seu primeiro fruto imediato foi a missão. O Espírito liberta os discípulos do medo que os aprisionava e os envia ao mundo como anunciadores da Salvação.
O livro dos Atos dos Apóstolos relata a atitude de Pedro que, cheio de unção, fala aos israelitas que testemunhavam o acontecimento: “Pedro, então, de pé, junto com os Onze, levantou a voz e assim lhes falou […]” (At 2, 14). E, conta o relato bíblico que, naquele dia, se juntaram a eles cerca de 3 mil pessoas (Cf. At 2, 41b).
Sendo assim, podemos dizer que cada Grupo de Oração é um pequeno Cenáculo onde se manifesta continuamente a Graça de um Novo Pentecostes.
Logo, quando vivemos a experiência do Batismo no Espírito Santo somos inseridos na dinâmica da missão. Então, podemos dizer que “nascemos para missão!”
Não faz sentido termos uma vida de oração carismática, sem que sejamos impulsionados, diariamente, para anunciar o Evangelho ao próximo.
Entenda como a missão faz parte do cotidiano dos nossos Grupos de Oração.
Missão: um movimento de dentro pra fora
Quando falamos sobre missionariedade, falamos de saída de si. É impossível falar de Jesus, sem partir do interior. São Paulo afirmou: “ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor’, senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12,3). Portanto, podemos dizer que o versículo bíblico que diz “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34b) se aplica facilmente à missão.
É impossível uma relação espiritual fecunda com Deus, sob a espiritualidade carismática, sem que haja um movimento de dentro pra fora, da oração à missão.
O que acontece, muitas vezes, é um esfriamento do ardor missionário, fundamentado no individualismo. Ou, se complique muito a dimensão missionária, pensando que trata-se da realização de grandes eventos.
Contudo, os eventos são realidades que devem acontecer esporadicamente. Não a vida missionária, em si!
A essência da missão consiste no anúncio apaixonado da Pessoa de Jesus. Isso nos impele a “sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”, afirma Vinícius Simões no livro Eu vos constitui sentinelas da casa de Israel.
Portanto, é preciso – como nos motiva o Papa Francisco – sermos uma Igreja em saída. E ainda, segundo Vinícius, ser um
“Grupo de oração ‘em saída’ significa grupo de oração em contínua pesca de homens, em contínua evangelização daqueles que ainda não conhecem Jesus ou que, conhecendo-o, por algum motivo ficaram à margem do caminho. Para isso não se exigem grandes estruturas, mas inspiração de Deus, que se obtém pela oração!”
Entenda como colocar isso no dia a dia do Grupo de Oração.
No cotidiano da vida
A missão do Grupo de Oração é precedida pelo compromisso missionário de cada um dos seus participantes. A partir do momento que alguém vivencia o Batismo no Espírito Santo é natural que seu coração se volte para o irmão.
Basta olharmos o que aconteceu com os apóstolos em Pentecostes, como dito acima. A primeira ação de Pedro foi abrir seus lábios e anunciar o Evangelho aos que estavam por perto. E assim, essa mensagem percorreu séculos de história, um após o outro, até que nos alcançou.
Essa missão pode tomar diversas formas: uma partilha despretensiosa no ônibus, um momento de louvor com violão em uma praça, uma ação social, uma abordagem na praia, a indicação de um bom filme católico.
Trata-se de falar de Jesus, anunciá-lo, como nos ensinou Paulo em sua carta à Timóteo: “proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno e inoportuno!” (2Tim 4, 2a). Portanto, não se deve esperar eventos ou grandes iniciativas. A missão acontece no sorriso, no abraço, na conversa, e sobretudo no TESTEMUNHO!
Movidos pelo Espírito, toda iniciativa pode gerar o fruto de uma conversão para a vida inteira. Por isso, ouça o Espírito e faça sua parte! É Deus quem realizará Sua obra!